A cantora Roberta Miranda, de 68 anos, abriu o jogo sobre algumas agens de violência durante a sua vida. Em sua autobiografia intitulada "Um lugar todinho meu", a artista relata que sofreu abortos em duas gestações. A primeira ocorrência foi ainda na adolescência, aos 16 anos, quando foi estuprada por um homem em Campo Grande (MS).
"Eu tive o desgosto de cair nas graças de um playboy da pior espécie, que se divertia em causar mal às pessoas. Um beberrão, que andava armado e tocava o terror nas festinhas, bares e até prostíbulos (...). Esse sujeito detestável me estuprou, e, aos 16 anos, engravidei por conta desse abuso, com uma arma apontada para minha cabeça. Bobinha do jeito que eu era, demorei três meses para perceber que estava esperando um bebê", detalhou a sertaneja.
Roberta Miranda também conta que sua segunda gestação, também derivada de um estupro, acabou terminando em um aborto após levar um chute na barriga de seu abusador.
"Quando soube que seria pai, o maldito se revoltou e achou por bem resolver o 'problema' da única forma que ele sabia — com violência. Eu estava no quinto mês de gestação e ele simplesmente me deu um chute na barriga. Acostumado a literalmente quebrar tudo, me largou no chão morta de dor e foi embora perturbar outras coitadas. Tentei dormir me contorcendo e, claro, não preguei o olho (...). A dor física realmente ou, mas fui acometida por outra muito mais dura. Não sei se provocado pela medicação ou pelo chute, meu bebê foi expelido. Dito assim, tão friamente, parece uma simples ocorrência médica. Mas para mim foi um parto — ele nasceu, mas estava morto. Àquela altura da gestação, já estava todo formadinho, ainda que meio transparente. Deu até pra ver que era um menino. Meu primeiro filho. Até hoje, quando me perguntam, digo que fui mãe. Deus não permitiu que eu o criasse, mas senti todo o amor e a dor de ver aquele pedaço de mim sem vida, uma imagem de que jamais me esquecerei", desabafou a artista em seu livro.