Um dos principais destaques do Atlético na temporada, Rony tem uma carreira recheada de títulos e conquistas individuais. Mas, para atingir esses objetivos, teve que percorrer uma longa caminhada, em que ele chegou até a pensar em desistir de ser jogador, como revelou em entrevista exclusiva a O TEMPO Sports.
Rony é de Magalhães Barata, uma cidade do interior do Pará com menos de 10 mil habitantes. Para sair de lá e chegar à seleção brasileira e agora ao Atlético, o atacante teve que ar por alguns perrengues. A relação com o futebol começou logo cedo, graças ao irmão, Robson.
“Uma das minhas inspirações. Me espelhava muito. Quando a gente estava capinando, chegava uns caras do nada buscando ele para jogar bola. Ele ia para ganhar um dinheiro. Eu via aquilo e queria que todo mundo fosse me buscar para jogar bola também”, iniciou Rony a O TEMPO Sports.
O atacante começou a jogar no time da região, o Grêmio de Vila Quadros, ainda na categoria infantil. Ele revelou que só atuou de chuteiras depois de um tempo, e fez seu primeiro gol de bico pois não sabia chutar com ela, até, enfim, realizar seu sonho: “Com uns 12 anos comecei a jogar no nosso time. Os anos foram se ando e comecei a jogar com os mais velhos, nos interiores. O que eu pensei aconteceu, iam me buscar em casa e me dar dinheiro para jogar”, afirmou.
EXCLUSIVA - Um dos principais destaques do Atlético na temporada, o atacante Rony poderia estar colecionando bons números pelo maior rival, Cruzeiro, que procurou ele antes mesmo do Galo, como o próprio jogador revelou em entrevista ao O TEMPO Sports. pic.twitter.com/zb4sCccvCE
— O Tempo (@otempo) June 9, 2025
A entrevista exclusiva completa com Rony você acompanha nesta quarta-feira (11) nos canais de O TEMPO e O TEMPO Sports no youtube.
Mudança para Belém e dificuldades
Depois de se destacar no interior, um vizinho o levou para até Belém para fazer testes. Após não ar em um da Tuna Luso, conseguiu a vaga no Tiradentes, onde fez a diferença em jogos contra Paysandu e Remo, mesmo aos 16 anos e atuando no Sub-20, e chamou atenção.
As grandes atuações contra os principais times da capital paraense renderam convites para ele fazer testes. O coração falou mais alto e Rony foi primeiro ao Remo, seu time desde pequeno.
“Cheguei no treino e o treinador do Sub-17 era o que me viu jogar (no Tiradentes) e me chamou. Teve um amistoso em Marajó e ele me convocou. Aquilo foi me deixando consciente de que estava no clube. Depois fui federado e disputei campeonatos”, explicou Rony à reportagem.
Mas a vida de Rony em Belém não era só flores. Longe de casa, ele precisava trabalhar para conseguir dinheiro para comer e se deslocar. Precisando conciliar tudo, ele chegou a pensar em desistir de ser jogador.
“Fui tentar o sonho, que era ser jogador, mas no começo foi muito difícil. Quando fui pra base do Remo, tinha que trabalhar para ter dinheiro da agem. Foi difícil. Você tem que separar. Teve um período que queria desistir. Você não tem dinheiro. Tinha que se sacrificar, e graças a Deus meu sacrifício deu muito certo”, revelou Rony a O TEMPO, destacando que atuou como mecânico, moto táxi e ajudante de pedreiro para conseguir dinheiro.
As coisas mudaram quando ele recebeu uma ligação: “Aí veio a ligação perguntando se eu queria voltar a jogar. Fui para a Copa São Paulo, me destaquei e depois subi pro profissional. Tem todo um processo que muitos não sabem, mas sou muito feliz por tudo que aconteceu”, completou.
Rony se destacou no Remo, foi contratado pelo Cruzeiro, onde não atuou e ou emprestado por Náutico e Albirex Nagata, do Japão. Depois de um imbróglio em que ele culpa o clube celeste, em que ficou meses parado, foi ao Athletico-PR, onde ganhou destaque nacional e chegou ao Palmeiras, último clube antes do Atlético.