Inaugurado em 1898, época da construção de Belo Horizonte, o Palácio da Liberdade é um dos principais cartões-postais da cidade. Aberto para o público como um centro cultural, o Palácio convida moradores locais e visitantes a explorar suas histórias intrincadas e sua rica arquitetura, mergulhando nas curiosidades que moldaram o seu legado. Os portões estão abertos de quarta-feira a domingo para o morador e o turista descobrirem sua história e, por consequência, a história da capital mineira.


O monumento também guarda muitas curiosidades em seus aposentos e nos detalhes arquitetônicos. Pouca gente desconfia, por exemplo, que o Palácio recebeu influências diretas do Iluminismo, o movimento intelectual e filosófico surgido na França e que se espalhou pelo mundo no século XVIII. Além disso, sua construção deu origem a uma lenda urbana que tem sido transmitida de boca em boca ao longo do tempo.


Escolhemos algumas dessas curiosidades para oferecer a você uma perspectiva única de como descobrir o Palácio da Liberdade e para despertar ainda mais o seu interesse em conhecê-lo pessoalmente.


1. Uma escada desmontada

A escadaria do hall de entrada do Palácio da Liberdade: uma obra-prima

A escadaria principal é de design belga e foi produzida na Alemanha. A obra de arte apresenta uma tecnologia avançada para a época chamada de técnica Joly. Isso significa que a escada é composta por diversas peças separadas, que foram montadas em conjunto até formar a estrutura da escadaria, que, por sua vez, faz parte da sustentação do piso de cima do Palácio.


2. O “andar secreto”

O Palácio da Liberdade abriu os portões ao público desde dezembro

Na visita mediada, o visitante entra pelo saguão, sobe a escadaria e chega ao hall. Depois, vai para o salão do banquete. O mediador explica que os visitantes estão no terceiro andar. E onde estaria o segundo andar? Há um espaço secreto entre o primeiro e o segundo andar, onde a criadagem circulava e onde está a cozinha. Isso está também retratado no quadro “O Brinde”, na Sala do Almoço. A pintura mostra a membros da comissão construtora brindando a inauguração da capital e, ao fundo, um garçom. Sabe-se o nome de todas as pessoas retratadas na obra, menos do garçom, revelando as diferenças sociais da época.


3. A visita dos reis da Bélgica e o Quarto da Rainha

O quarto da rainha: aposento não está aberto à visitação

No dia 2 de outubro de 1920, Belo Horizonte recebeu o casal Alberto e Elizabeth, reis da Bélgica. Essa foi a primeira viagem de um monarca europeu ao Brasil depois da Proclamação da República. Os reis aram três dias em Belo Horizonte e se hospedaram no Palácio da Liberdade, que foi parcialmente reformado e ganhou novas decorações e móveis para recebê-los.


4. O Mistério da Pintura Substituída

Decoração e mobiliário do palácio: muitos adornos e detalhes

Uma pitoresca lenda urbana circunda a pintura do artista Antônio Parreiras no Salão Nobre, alegando que ela substituiu uma obra anterior. Segundo a lenda urbana, o quadro foi trocado, a pedido de um governador que não gostava da presença de uma suposta caveira no desenho. A trama revela o gosto dos governadores pela decoração, cada um deixando sua marca no Palácio, influenciando inclusive as escolhas artísticas que adornam suas paredes.


5. Decoração de papel?

O teto e a técnica em  papel machê

Alguns dos tetos do Palácio da Liberdade são feitos a partir de uma técnica simples mas muito rebuscada, que é o papel machê (palavra originada do francês papier mâché, que significa papel picado, amassado e esmagado). Original de 1989, o teto do hall de entrada do Palácio é feito dessa mesma técnica.


6. Uma Europa aqui

Os elementos decorativos: influência europeia

A decoração do Palácio tece laços com o lema da Revolução sa, "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", refletindo o espírito da época. A decoração do Palácio da Liberdade também segue as mais tradicionais regras da decoração européia daquela época. O piso em parquet é uma inspiração nórdica; os vasos e porcelanas decorativas, de países asiáticos; no mobiliário prevalece o estilo Luís XV. Os vidros das janelas são de cristal importado trabalhado; e as pinturas fazem alusões à mitologia grega.


7. Lema dos inconfidentes

O teto do hall do segundo piso

No hall da escadaria principal, no teto decorado tem pinturas do artista alemão Frederico Antônio Steckel, que representam: Liberdade, Fraternidade, Ordem e Progresso, além da claraboia que ilumina todo o saguão de entrada, com o lema dos inconfidentes inscrito “Libertas Quae Sera Tamen”.


O Palácio da Liberdade, um tesouro histórico que une arquitetura e narrativas, está pronto para receber visitantes curiosos. A visitação é viabilizada por meio do projeto "Descubra o Palácio – Projeto de Museografia e Visitação Pública ao Palácio da Liberdade", Pronac 193896, financiado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal. O patrocínio é da Copasa.